Bem vindos ao candomblé angola .

agradeço a vizita espero que gostem __________________________ WALTINHO VASCONCELOS   >|<

                                                                                                                                                                                            

                                                 NKISES                                                                                              

 NKISE   . A palavra nkise significa encanto magia ou tambem estatueta 

 

Com a vinda dos negros bantu para o Brasil Nkisi (Kongo) ou Mukixi (Angola) estado adquirido por feitiço ou magia, denominam também, as divindades que regem as forças elementares da natureza (agua ,fogo ,terra,ar) , sendo nkisi denominação kongo, a que mais predominou.

Nkisi e Mukixi são representados por ritari (pedra), zimbo (búzio), e fragmentos de metais conforme invocação, ficando comunente instalados no umbakisi (santuário) da casa. Em determinados dias limpa-se o umbakisi, troca-se às águas das quartinhas e renovam as makúria (comidas) dos pratos, e cada divindade tem a sua própria kúria (comida) especial, e a esse trabalho da-se o nome de sukula Nkisi, o que quer dizer; lavar e dar água a divindade.

 

PAMBU'NJILA / MAVAMBO/UNGIRA /VANGIRA/OLUVAIA/MAVILUTANGO/ZINGAMUZILA/BIONATAN..

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“Só fale comigo se realmente estiver certo do que quer”

Mukixi/Nkisi mensageiro entre os homens e as  divindades, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. É o mais subtil, mais astuto e mais próximo do humano, de todos os Jinkisi. Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal entendidos e discussões entre as pessoas ou para lhe preparar armadilhas. Pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje! Ele é encarregado de zelar pelos caminhos da vida humana e responsável pela evolução dinâmica. É o guardião da Lei Universal e pedra do caminho. É quem zela para que cada um receba de acordo com seu merecimento. Se alguém se acha muito bom e evoluído capaz de mudar de plano espiritual, é Ele quem vai agir para que ninguém incapaz possa passar a outra fase espiritual.

Kizilas: Seus filhos devem evitar a tangerina e óleo branco extraído do coquinho do dendê. 
Saudação: Kiuá Nganga Pambu Nzila (viva o senhor dos caminhos)
Elemento: Fogo.
Símbolo: Um bastão adornado com cabaças e búzios.
Mineral: Carvão koque e mercúrio.
Dia da semana estabelecido no Brasil: Segunda-feira.
Fio de contas: Vermelho e preto ou cores primárias mais o preto.
Roupa: Vermelha, preta, branca, cinza e roxo.
Oferendas: Farinha com dendê, feijão, água, mel, aguardente (come tudo que a boca come).

hangoro nkise macho 

 

 

               hangoromea nkise femea

 

 

A cobra Sagrada

No mundo das diversidades não há diferenças. Tudo é Belo

É a cobra sagrada presente em todas as civilizações antigas. O princípio da sabedoria: a cobra que morde o próprio rabo, fazendo um ciclo, simbolizando o infinito.

A corruptela da palavra Hongolô , que significa arco íris, ou réptil, é Angorô, nome pelo qual esta divindade é conhecida nos candomblés de Angola/Congo. Surge da água em evaporação. O seu caminho é muito próximo da Senhora das Águas doces, Mam’etu Ndandalunda, chegando a se confundir, já que estão ambos no reino das águas e da fecundação.

O arco íris é o esplendor pelos raios do sol quando está no alto. Também é a cobra na terra e conhece as profundezas do planeta conseguindo fazer as transformações. Embora sua natureza seja masculina, apresenta uma androgenia nata e tem-se como fêmea quando a conhecemos como Hongolo menha (Angorô-mean). Faz a ligação entre o ntoto/Ixi e o duilo (terra e céu), por isso seu culto é fundamental e tão difundido.

Kijila: Seus filhos devem evitar a tangerina, fruta de conde, abacaxi e peixe de couro. Como faz a transmutação da água em seus estados sendo responsável pelas chuvas, é o senhor das riquezas e ligado aos ciclos vitais da terra.
Características: Deus do arco-íris. A cobra sagrada.
Saudações: Ngana Hongolo kiambote/ Kiua Hongolo! (salve o belo senhor do arco-íris). Hongolo lê! (arco íris hoje!)
Elemento: Água e seu símbolo é uma (ou duas) Cobra de metal. Ligado ao ouro e prata mesclado.

O Rei de Angola

“Mesmo que a árvore caia, se a raiz estiver viva, brotará”.

É representado por vários símbolos, sendo o mais destacado a bandeira branca presente em todas as casas de Candomblé de Angola. Esta bandeira está ligada ao tempo que os povos bantu eram nômades. Quando decidiam mudar, cultuavam ao Mukisi/Nkisi Kitembo e esperavam o vento soprar na bandeira branca para dar a direção da nova jornada. Também está ligada aos ritos de caça (a maioria dos Mukisi/Nkisi bantu caça, mesmo que por natureza não sejam caçadores).
Quando iam à caça, cada grupo se dispersava na floresta ou na savana. Para se encontrarem e não ficarem perdidos, o caçador chefe (Mutak’lamb’lunguzo/Mutak’lambô/Ngongombira), levantava a bandeira em um bambu bem alto, assim todos se reuniam e voltavam juntos para a tribo com fartura e muita alegria.
Este Nkisi está ligado ao ar, que regula a direção dos ventos, as estações do ano, as épocas do plantio e das colheitas, a reprodução animal, atuando junto das energias do sol e da lua, influenciando diretamente os dias na terra. Também está ligado ao tempo cronológico.
Kitembo é o Nkisi Rei do Candomblé deAngola. Kitembo está associado a escala do crescimento, por isso sua ferramenta é uma escada com uma lança voltada para cima, em referência ao próprio Tempo e à evolução material e espiritual. Tem muita ligação com Kavungo/Nsumbu (seu vento leva as moléstias).
Este Nkisi possui vários tipos de encantamentos que quando tratado corretamente são infalíveis na realização do atendimento dos pedidos.

Características: Deus do tempo.
Saudação: Kitembo dia banganga, talenu (vejam! a divindade do ar, atmosfera) Nzara Ndembwa – Gloria ao Tempo! Kiamboté Tat’etu Kidembu. Kiuá! Eu te saúdo nosso pai Tempo. Salve!
Elemento: Ar.
Símbolo: Gameleira branca (malemba) ou outra árvore, pois é um culto fitolátrico.
Dia da semana: Terça-feira.
Fio de contas: Branco e verde.
Roupa: Branca, verde e cinza e palhas.
Oferendas: Farinha, fumo de rolo, mel e pipoca.
Relacionamentos: Os filhos (as) de Kitembo tem compatibilidade com pessoas de Matamba, kavungo, Hangorô, Katendê e kabilA

 

 

NSUMBO ,KAVIUNGO ,KAFUNGE,

 

A transformação é minha natureza

Esta manifestação divina trata da grande alquimia, transformação e transmutação de tudo que acontece no planeta, mais especificamente ligado à terra. Aqui tudo que nasce depende da terra para viver e mesmo depois, é na terra que acontece a transformação enquanto a vida continua inalterada. Por tudo isso está ligado às doenças e epidemias, além de possuir o poder de levá-las, deixando a saúde em seu lugar.

Apesar de ser conhecido e representado como velho, na verdade retrata a inquietude e a impaciência com a acomodação. Mas claro, sempre se revela cauteloso e discreto. Não tolera as coisas estáticas, pois é necessário transformar constantemente e está em eterno movimento. Não se pode esquecer, porém, do seu carácter vingativo e às vezes inconsequente, quando sua vontade não é atendida. Por isso, todos os anos lhe é oferecido um grande balaio colectivo onde suas comidas predilectas são ali incluídas (pipoca e feijão preto com muito dendê).

Nesta oportunidade, algumas casas, aproveitam para distribuir a alimentação para toda a comunidade. Alguns o tem como pobre e ligado à morte, quando na verdade ele é o Senhor da terra, que a todos mantém, a todos sustenta e tudo transforma em vida.

As kijilas que lhe são atribuídas historicamente no Brasil são tangerina, abacaxi e caranguejo (aranhola).
Suas saudações são: Kavungo mateba kukala kuíza (O pai da ráfia está chegando, eu te saúdo)! Kiuá Nsumbo! Pembelê Tat’etu Kikongo! Salve, eu de saúdo!
Seu dia é a segunda feira.
Suas cores variam do Preto e vermelho e branco ou branco e preto e ainda a rajada de terracota e preto. Também gosta de se adornar com contas feitas com argolas de chifres e muita palha.

Os filhos deste caminho demonstram compatibilidades com pessoas de Tat’etu Kabila, Mam’etu Kaia, Mam’etu Zumba ria ndá (Zumbarandá), Mam’etu Matamba e Tat’etu Lembaranganga.

Katende

A folha que cura  pode matar

Nesta edição vamos falar desta maravilhosa manifestação divina que chamamos de Katendê. Ele é o senhor das ervas e das curas medicamentosas no panteão afro-bantu-brasileiro. Comanda as folhas medicinais e litúrgicas. É o mestre do mato e o Senhor da medicina fitoterápica e com grandes influencias na homeopatia e nos remédios naturais que reúnem as energias da terra, do sol, da lua e das próprias folhas nos auxiliando nas curas, limpezas, sacudimentos, oferendas e preceitos, por isso, Ele está presente em todos os ritos. Muitas vezes é representado com uma única perna (a árvore só tem um tronco. Para o Negro bantu-brasileiro, que tem seus ritos preservados no candomblé de Angola, Katendê é uma das mais importantes divindades, pois sabemos que o sangue das folhas (nguzu – a força vital) é uma das forças mais poderosas, que fazem nascer o que está por vim. Por isso, toda vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamos folhas sem necessidade, estamos violando a natureza e ofendendo seriamente a esta manifestação divina.

Seus filhos devem evitar tangerina, melão e carne moída.
Suas principais saudações são: Katendê mukua-xi-unsaba -  Katendê o habitante das folhas. Kiuá Katendê! – Salve Katendê! Katendê Nganga, Katendê! – Senhor Katendê! e  Kisaba Kiasambuká, Katendê! – Folha Sagrada, Katendê!
Tem como símbolo uma árvore de metal.
Suas contas são brancas rajadas de verde.
Seus agrados preferidos são milho vermelho e mel, fumo de rolo e cachimbo.
Seus filhos tem tendências à vida de eremita (gostam da quietude e do isolamento), mas têm compatibilidades principalmente com Kabila, Kaiala, Angorô, Zumba ria Nda, Matamba, Nsumbo e Lemba ria Nganga.

Kiuá Katendê Nganga!

 

Mutakalambo

O que é meu é meu. O que não é pode vir a ser

Mtakalambô, Mutak’lamb’ngunzo, Cabila e Ngongombila são nomes que revelam a natureza do caçador e a face divina de Deus como provedor. Essa Divindade é responsável pela manutenção da tribo e ainda tem a função de manter a vigilância noturna nas aldeias garantindo-lhes a segurança. Está ligado a abundância de alimentos na Nzo (casa) de culto, proporcionando a fartura, a alimentação, a bem-aventurança financeira dos filhos de santo e da clientela. Seus filhos costumam ser lépidos, faceiros, altivos e possuem  habilidades manuais e rapidez de  movimentos. São também aventureiros e confiantes.    

Ngongobila é também um exíguo pescador e tem a natureza jovial e bela.

Saudação: Pembelê Tat’etu Mutalambô, Kiuá! Cabila Duilo!!!

Seus símbolos são vários e todos ligados à caça ou à defesa, sendo o mais conhecido o arco e fecha, bem como o embornal e a capanga.

No  Brasil se convencionou o dia de quinta-feira em sua homenagem e suas cores várias do azul celeste ou turquesa ao verde.

A comida ritual mais comum a ele oferecida no Brasil é o milho amarelo cozido e o coco. Também pode lhe oferecer grãos torrados e frutas em abundância.

Salve o caçador dos céus!!!!

Nkosi

Tat’etu NKOSI (Nosso Pai Leão)

É o Mukisi/Nkisi que se revela como a divindade do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e ainda como o patrono das tecnologias, pois se liga ao fogo, e foi a partir da fundição do metal que se desenvolveu a expansão humana. É o Leão sagrado – O Guerreiro da justiça, o comedor de almas dos ímpios e injustos. Nkosi manifesta-se no sistema passional ligado ao plexo solar das emoções e desejos. Pelo seu carácter impetuoso é a manifestação divina associada as brigas e guerras, com temperamento dominador, autoritário e violento.

Kizilas: Seus filhos devem evitar a tangerina, couve e aimpim.
Saudações: Luna kubanga kuta kueto Nkosi (Nkosi, aquele que briga por nós) / Pembelê Nkosi – Kiua! – Eu te saúdo Leão (o guerreiro) sagrado. Salve!!!
Elemento: Ferro /Fogo
Símbolo: Espada e instrumentos de ferro, pontiagudos e cortantes.
Dia da semana: Terça-feira.
Fio de contas: Azul-marinho.
Roupa: Azul com detalhes em vermelho ou roupas colorida com predominância do verde ou azul-marinho.
Mineral: Minério de ferro e mercúrio.
Oferendas: Feijoada, grãos em geral, inhame (cará), dendê, mel e farofa de banana da terra.

RELACIONAMENTOS: Os filhos e filhas de Nkosi têm compatibilidade com pessoas de Dandalunda, Mikaia, Matamba Hongolo, Pambu Njila e Ganga Malembá.

 

 



Gongobira.

É um jovem caçador que obtém, seu sustento ora através da caça, ora através da pesca. Suas características são as mesmas das dos caçadores ( Kabila, Mutambô, Lambaranguange) unidas as características dos Minkisi da água doce ( Kisimbe, Ndanda Lunda ). Suas cores: verde cristal, azul cristal e amarelo ouro, sua saudação: Mutoni Kamona Gongobira - Muanza ê (Pescador Menino Gongobira - Rio ê)
KARAMOSE INKISE FEMININO LIGADA AS AGUAS TURBULENTAS E AS POROROCAS 
SUA COR E VERMELHO E AMARELO MUITO LIGADA A NZAZE
 



Nzaze, Luango.


Nkisi responsável pela distribuição da Justiça entre os homens. Suas cores são: vermelho e branco ou marrom e branco sua saudação: A Ku Menekene Usoba Nzaji - Nzaze (Salve o Rei dos Raios - Grande Raio)

 
 



 

ZINGALUNBONDO

 

REPRESENTADA PELO ARCO-IRES E TAMBEM POR UMA SERPENTE

SUAS CORES SÃO AMARELO E VERDE OU TONS DE SALMON

 

 



Matamba, Bamburucema, Gurucemavula.

Trata-se de um Nkisi feminino, é guerreira e está intimamente ligada a morte, por conseguir dominar os mortos ( "Nvumbe" ). Suas cores são o vermelho e o marrom avermelhado, sua saudação: Nenguá Mavanju - Kiuá Matamba (Senhora dos Ventos - Viva Matamba)
 
 



Kisimbi, Ndanda Lunda.

Nkisi feminino, representa a fertilidade, é a grande mãe. Seu domínio é sobre as águas doces. Sua cor é o amarelo ouro, sua saudação: Mametu Maza Mazenza - Kisimbi ê (Oh, Mãe da Água Doce - Kisimbi ê)
 
 



Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto.

Também um Nkisi feminino, tem domínio sobre as águas salgadas ( " Kalunga Grande" , o mar ). Sua cor: branco cristal, sua saudação: Kiuá Kokueto - Mametu Ria Amaze Kiuá (Viva Kokueto, Mãe das águas -Viva)
 



Zumbarandá.

É um Nkisi feminino, representa o início, vez que, é a mais velha das mães. Também tem relação estrita com a morte. Sua cor: azul e branco, sua saudação: Mametu Ixi Onoká - Zumbarandá (Mãe da Terra Molhada - Zumbarandá)
 
 



Wunje.

É o mais novo dos Minkisi. Representa a mocidade, a alegria da juventude. Durante o toque para este Nkisi, a dança se transforma numa grande brincadeira, sua saudação: Wunje Pafundi - Wunje ê (Wunje Feliz - Bem Vindo)
 
 



Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Nkassuté Lembá, Gangaiobanda.

Nkisi da criação, ora apresenta-se como jovem guerreiro, ora como velho curvado. Está ligado a criação do mundo. Quando jovem tem como cores o branco e prata, quando de idade avançada, apenas o branco, sua saudação: Kalaepi Sakula Lemba Dilê - Pembele (Quietos, Ai Vem o Senhor da Paz - Eu te Saudo)
 

 

 

*MAKURIÁ NZAMBIRI KIA MINKISI (COMIDAS SAGRADAS DOS MINKISI)      

                           

As pessoas perguntam o porque das tradições religiosas Bantu e Nagô sendo diferentes, em relação aos seus povos, cultos, costumes, fundamentos, línguas, vestimentas, Divindades, etc..., porque as comidas e ofertas sagradas seriam iguais??

Digo que com certeza existem diferenças, mas de certa forma também semelhanças!!

As diferenças existem nos nomes dos pratos, nos nomes das comidas e iguarias e nas rezas (jingolosi/Asambe)..... pois são línguas e costumes diferentes, também é diferente o modo do preparo e os recipientes onde serão colocadas as comidas para a oferta (kibane).

Na cultura dos povos Bantu, diferentemente da cultura Nagô Yorubá não se usa louça, pois a mesma é de origem européia.

 

 

A tradição dos nativos Bantu antecede a descoberta da louça e as comidas sagradas (Makuriá Nzambiri), são servidas no barro, em cabaças, madeira ou até mesmo utilizando-se de folhas de mamona branca (baiki mundele) e banana (dihonjo), pois nossos Minkisi são os próprios elementos da natureza, a própria energia que emana da mãe natureza (Mam'etu Utukilo), dispensando assim o uso de quaisquer utensílios que não sejam de origem natural.
Nas questões das semelhanças, além do fato das misturas que existem em muitas casas de Angola com os cultos Nagô Yorubá/Ketu, fazendo assim um cardápio erroneamente único, existem as semelhanças na própria África, que falarei a seguir.
As semelhanças já existiam em África, no plantio de seus alimentos e também nos costumes alimentares, que são bem semelhantes em todo continente africano, talvez assim tenha surgido essa igualdade nas ofertas das comidas aos Deuses e Divindades, pois a mesma mandioca e os mesmos grãos que eram plantados em Benin (hoje Nigéria), também eram plantados em Luanda e Mbanza, os dendezeiros eram abundantes em todo continente e o mel adoçava toda África
 
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA PAMBU NJILA
(Comida Sagrada de Pambu Njila)
NOME DO PRATO: EBEGU
Prato preparado com fubá de arroz cozido em água e sal até formar uma papa, que depois de cozida será adicionada a uma farofa de azeite de dendê, o produto obtido será juntado às carnes cruas das obrigações realizadas para Pambu Njila, sendo tudo colocado em pratos (malonga) aos pés do assentamento desse Nkisi.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA NKOSI
(Comida Sagrada de Nkosi)
NOME DO PRATO: OKELELE
Feijão fradinho pilado ou passado em moenda, temperado com folhas de hortelã, coentro, cebola (lúmbua) ralada e azeite de dendê.
A massa obtida será enrolada em forma de pequenas bolas, colocadas em folhas de bananeira e cozidas em vapor de água.
Serão servidas em vasilhas de barro forradas com folhas de mamona branca (baiki mundele).
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA MUTAKALOMBO
(Comida Sagrada de Mutakalombo)
NOME DO PRATO: MASAMBALA
Prato preparado com canjiquinha de milho vermelho cozida em água e sal, temperado com coentro, alfavaca e cebola (lúmbua) ralada. Depois de bem cozida, colocar em vasilha de barro forrado com folhas de mamona.
Enfeitar com amendoim torrado (Ngiguba), fatias de goiaba (Kimbambule), coco ralado e cipó barba de velho ou cipó chumbo (kamusoso)
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA KATENDE
(Comida Sagrada de Katende)
NOME DO PRATO: KIKUA NI KIBABA
Comida feita com milho vermelho cozido ou torrado no azeite de dendê (maji ma ndende), colocado em vasilhame de barro forrado com folhas de mamona, tendo por cima uma batata doce cozida aberta ao meio horizontalmente e ao seu redor fatias de goiaba (Kimbambule) e fumo de rolo (kifuke ia kupunda) desfiado, tudo regado com mel de abelhas.
 
NKUDIÁ IA NZAMBIRI IA NZAZI
(Comida Sagrada de Nzazi)
NOME DO PRATO: KIBOLO
Prato preparado com quiabos cozidos em rodelas não muito finas, temperado com sal, cebola ralada, folhas de louro e camarões (makosa) secos.
Depois de bem cozidos, pôr em vasilha de madeira e adicionar uma papa feita com farinha de arroz ou farinha de acaçá (mukunga), podendo nesta comida serem misturadas as carnes dos animais que foram utilizados nos rituais para essa Divindade.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA KAVUNGU
(Comida Sagrada de Kavungu)
NOME DO PRATO: KUSUANGALA NI DIHONJO....
Prato preparado com pirão de arroz, temperado com folhas de maravilha, louro, mastruço, cebola ralada e sementes de coentro piladas, um pouco de pimenta da costa e azeite de dendê. Colocar em uma vasilha de barro forrada com folhas de mamona, bananas da terra cortadas em rodelas e ligeiramente fritas em óleo branco, depois polvilhar com canela em pó, colocando por cima o pirão anteriormente apurado.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA KITEMBU/NTEMBU
(Comida Sagrada de Kitembu)
NOME DO PRATO: DIHANGUA NI KANJELE
Cozinhar uma abóbora vermelha, abri-la por cima e retirar ramas e sementes.
Recheá-la com camarões secos cozidos em água temperada com folhas de louro, hortelã e coentro. Depois refogar em azeite de dendê juntamente com castanhas de caju, amendoim, cebola batida e um pouco de vinho tinto.
Servir em vasilha de barro, forrada com folhas de mamona branca e cipó chumbo.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA HONGOLO
(Comida Sagrada de Hongolo)
NOME DO PRATO: MBONZO
Cozinhar batatas doce em rodelas não muito finas, temperando durante o cozimento com canela em casca, cravos e uma pitada de pimenta da costa em pó e pó de aridan.
Escorrer e seca-las bem, depois fritar as rodelas de batatas doce em azeite de dendê e servi-las em travessa de barro ou em uma cabaça cortada ao meio, forrada com folhas de mamona branca ou guaco, podendo acrescentar ainda um pouco de melado de cana.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA ZUMBÁ
(Comida Sagrada de Zumbá)
NOME DO PRATO: DOVLÓ
Prato feito com feijão fradinho cozido em água e sal, temperado com folhas de salsa e funcho. Depois retirar as peles dos feijões, os mesmos serão refogados com azeite de dendê e camarões, acrescenta-se carne cozida de peixe de água doce.
São colocadas pequenas porções em folhas de taioba que depois serão recozidas em banho Maria.
Colocar em vasilha de barro forrada com folhas de taioba.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA NVUNJI
(Comida Sagrada de Nvunji)
NOME DO PRATO: KIVÚDIA
Prato feito com quiabos cortados ao longo em cruz, refogados com azeite de dendê, cebola, folhas de mostarda, camarões, água e sal. Depois de quase pronto, acrescenta-se amendoim e castanha de caju.
Servir em vasilha de barro forrada com folhas de laranjeira (muxi-mindéle).
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA KAIANGO/MATAMBA
(Comida Sagrada de Kaiango/Matamba)
NOME DO PRATO: MAKANZÁ
Bolo feito com massa de feijão fradinho, cebola (lúmbua), farinha de camarão (kazeia makosa), sendo acrescentados camarões secos fritos no azeite de dendê (maji ndende) bem quente.
Depois de esfriar servir em vasilha de barro forrado com folha de banana.
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA DANDALUNDA/NDANDA
(Comida Sagrada de Dandalunda/Ndanda)
NOME DO PRATO: DIKENDE
Massa de feijão fradinho temperada com ervas aromáticas, cebola ralada, camarões secos e gengibre ralado.
Enrolar em folhas de bananeira e cozinhar ao vapor da água.
Servir em uma cabaça cortada ao meio e forrada com erva de Santa Maria (kixiriximba)
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA KUKUETO/KAITUMBA/SAMBA
(Comida Sagrada de Kukueto/Kaitumba/Samba)
NOME DO PRATO: KUBALUMUKA KAITUMBA
Prato com arroz cozido com cebola e camarões, temperado com azeite de dendê e coentro, tendo por cima uma tainha frita no azeite de dendê ou simplesmente cozida.
Servir em prato de barro forrado com folhas de colônia ( kididi kiá utunge).
 
NKUDIÁ NZAMBIRI IA LEMBÁ DIANGANGA/LEMBÁ
(Comida Sagrada de Lembá Dianganga/Lembá)
NOME DO PRATO: MATETE
Prato feito com milho branco bem cozido em um chá forte de erva doce e canela em casca com leite de coco e açúcar, mexendo-se bem até formar uma massa consistente.
Enfeitar com coco ralado e servir em uma cabaça cortada ao meio forrada com folhas do algodoeiro (mujinha).
 
 COMENTÁRIO SOBRE AS COMIDAS SAGRADAS!
Algumas pessoas acreditam que quando ofertamos uma comida para uma determinada Divindade, seja Nkisi/Mukixi (Angola ou Kongo Angola–Bantu) ou Orisá (Nagô Yorubá–Ketu), essas Divindades vêm de alguma forma para saborearem essa comida. Na verdade é tudo uma questão energética.
A terra e a água são fontes de pura energia, para nós são as próprias Divindades...... são delas que vêm os alimentos, que também são energias.......essas energias (alimentos), são levados ao fogo (que também é um elemento energético).
Os alimentos em contato com o calor do fogo, juntamente com os temperos que são acrescentados, fazem com que ocorra uma fusão energética.
Essa energia exalada em forma de aroma (cheiro, odor) junto com as cantigas (Mimbu - plural de Muimbu) e as rezas (Jingolosi - plural de Ngolosi), que também são energias, que vêm em forma de pensamentos e palavras que saem para o espaço energético através da boca..... ligam o alimento ofertado com a Divindade à quem estamos agradando e agradecendo, fazendo com que nossos pedidos se misturem à essas energias, que se propagam no universo energético, que fatalmente nos devolverá em forma de êxitos.
 
 
 
 
 

             * ISABA NZAMBIRI - FOLHAS SAGRADAS

                   

A religião afro Bantu, com seus cultos aos Minkisi, faz uso em seus fundamentos das folhas e ervas sagradas provenientes da natureza viva e seu uso é de extrema importância em todos os seus rituais religiosos.
FOLHA = KISABA.......plural – ISABA (Kimbundu)
FOLHA = EKAIA......plural – MAKAIA (Kikongo)
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ISABA NZAMBIRI IA PAMBU NJILA
(Folhas Sagradas de Pambu Njila)
BAVU KISASA = Palmatória do mato.
TUBIA = Cansação.
NZINGAPÉ = Folha do dendezeiro.
DULULU = Fedegoso macho.
ULUKAJI = Tamarindo.
MUKAJU = Cajueiro.
MUMANGA = Mangueira.
BAÍKI = MAMONA (Roxa).
XIKUKUNILA = Jaqueira.
MUXERI = Fruta-pão.
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NKISI NKOSI
MUEKI RIZANGA = Cana do Brejo.
NDUKU NGULU = Bredo de Porco.
MUMANGA = Mangueira.
NGUMBA = Corana.
NZINGAPÉ = Folha do Dendezeiro.
MABAIÁ = Balieira.
Ó SINKÔSI = Espada de SÃO JORGE (redonda)
PÓKÓ NKOSI = Nativo Verde (Peregun).
NGOZU = São Gonçalino.
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NKISI NGUZU// MUTAKALOMBO
UZINDUNGO = Erva do Oxossi
Ó SINKÔSI = Espada de São Jorge (redonda)
PÓKÓ NKOSI = Nativo verde (Peregun)
KAMUSOSO = Cipó chumbo
IANGU DIEMBE = Erva pombinha (quebra pedra)
MASÂNGO = Folha do milho
RIÉ = Folha de coqueiro
 
NKISI KATENDE
KAMUSOSO = Cipó chumbo
MUEKI RIZANGA = Cana do brejo
UZINGAPÉ = Folha do dendê
IFELI = Café
IANGU NJILA = Erva de passarinho
N’GAIM = Berdoeja
UZINDUNGO = Erva de Oxossi
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NKISI NZAZI
BUBILO = Parasita
KIMGOMBÔ = Folha do Quiabo
DISU DIEMBÊ = Olho de pombo
KIRIMA = Cajazeira
TOLO = Arueira
OXI = Pinhão de praia
TUBIAXÓ = Coco de Maroto
LUNDO = Coité
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NKISI KAVUNGU//NSUMBU
BUTANU = Cinco chagas
N’JILA = Erva de passarinho
DULULU = Fedegoso
BAMBI = Cordão de frade
M’BONGÔ = Alecrim
UZINGAPÉ = Folha do dendê
BAIKI MUNDELE = Mamona branca
ULUKAJI = Tamarindo
MUKAJÓ = Cajueiro
N’GAIM = Berdoeja
MUMUNIÊ = Umbaúba
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NKISI HONGOLO
MUMANGA = Mangueira
XIKUKUNILA = Jaqueira
MUXERI = Fruta pão
KINEMAM = Canela de velho
DIRINA SANJI = Língua de galinha
MUKAJÓ = Cajueiro
NGUMBA = Corana.
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NKISI ZUMBARANDÁ
MUMANGA = Mangueira
BUTANU = Sete Chagas
NGAIM = Berdoeja
DULULU-ATU = Fedegoso Fêmea
MUXERI = Fruta-pão
ULUKAJI = Tamarindo
MBONGÔ = Alecrim
LUNDO = Coité
MUMUNIÊ = Umbaúba
MUEU-KIA NKULU = Balaio de Velha
LUZENZESU-KIA NKULU = Canela de Velho
NKASI-MASIKA = Dama da Noite
KISANGA = Lágrimas de Nossa Senhora
NDAKA IA NJENDE = Língua de Vaca
KANDA IA NJENDE = Pata de Vaca
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NKISI NVUNJI
MUXI-MINDÉLE = Laranjeira
KIANGU UIKI = Erva doce
DIKANDA MUNDELE = Palma Branca
UILALA = Flor de Maravilha
HÊA = Maracujá
KITARI = Marcela do Campo
KIRIMA = Cajazeira
NKULU SANJI = Capim Pé de Galinha
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NKISI KAIANGO//MATAMBA
ITEI = Arnica
KITANDU = Samambaia do Mato
KIBUBILO = Parazita
TUBIAXÓ = Coco de Maroto
RITANGA = Folha da Abóbora
MAKASÁ = Catinga de Mulata
MAKANHA = Negra Mina
JIMBONGO = Fortuna
ILÚMBUA = Manjerona
KINGOMBÔ = Folha do Quiabo
folhas de pitanga e erva de Santa Bárbara.
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NKISI DANDALUNDA//NDANDA
BUDANDÁ = Samambaia de jardim
INSIÊ = Alfavaca de cobra
MAKO DANDÁ = Palma do lago
RIDUMBA = Alfavaca cheirosa
KITARI = Marcela do campo
TAMBUKA-KA = Manjericão miúdo
RISUMBA AVULU = Colônia
KUXIMA = Folha da costa (saião – macaça – oriri)
KIXIRIXIMBA = Erva de Santa Maria
UNKABU-MUTANGI = Brio de estudante
MUKOKOLO = Alcaparreira
KINSANGA = Lágrimas de Nossa Senhora
MUXI-MINDÉLE = Laranjeira
IANGU DIEMBE = Erva Pombinha (Quebra Pedra)
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NKISI KUKUÊTO//KAITUMBÁ
KUXIMA = Folha da costa (saião)
ANGÔ = São João
RISUMBA AVULU = Colônia
TAMBUKAKA = Manjericão miúdo
NGEBIA = Folha do Rio
MULUNGU = Neve branca
DILONGA MASANA = Copo de leite
MAJENDE = Hortelã
UANDANDA IA FUTA = Véu de mimo
KAMUKETE = Cavalinha
MAMA PUENA = Mãe boa
JINSEBU KIAKALUNGA = Musgo marinho
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NKISI LEMBÁ DIANGANGA//LEMBÁ
ANGO = São João
KITULA = Lírio cheiroso
KUXIMA = Folha da costa (saião)
TULULU = Tapete
TAMBUKA = Manjericão
RISUMBA AVULU = Colônia
RIALU = Folha da fortuna
KUAZA = Urtiga branca
MESU UA NZAMBI = Olhos de Deus
AUÓTE OU MUJINHA = Folha de algodão (algodoeiro)
INSIÊ = Alfavaca de cobra
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*ALGUMAS FOLHAS USADAS PARA NVUMBI
Bananeira,
mamona branca,
urtiga branca
bambu,
erva de passarinho e
amora.
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UM POUCO DA HISTÓRIA DA CHEGADA DOS POVOS BANTU NO BRASIL!!!
Os primeiros escravos africanos a chegarem no Brasil foram os negros de origem Bantu...
 
Chegaram por volta de 1560, trazidos da África Sul–Equatorial, em sua grande maioria vinham de Ngola (Angola), do Kongo (Congo), Costa do Golfo da Guiné, Moçambique e Zimbábue.
 
Falavam a mesma língua, porém traziam com eles muitos dialetos cerca de 270, representando 2/3 do continente africano, chamado de África Negra.
Citarei algumas dessas línguas faladas pelos negros de origem Bantu: Ajaua, Bemba, Kuanhama, Ganguela, Iaka, Lingala, Makúa, Nhaneka, Nhungue, Nianja, Kikongo, Kimbundu, Kuinguana, Kioko, Ronga, Suaíle, Sutho, Tonga, Umbundu, Yangana, Shona, Zulu entre outras.
 
A língua Kimbundu (originária dos povos Angolanos- Ngola ) e a língua Kikongo (originária dos povos Bakongo- Kongo ) são as mais usadas nos templos religiosos de cultura e tradição Ngola Kongo no Brasil.
 
As letras “C” e “Q” não fazem parte dos vocabulários Kimbundu e Kikongo, são substituídas pela letra “K”.
 
Toda palavra de origem Kikongo que começa com a letra “N”ou "M" tem o som "nasal" de “UM”, como por exemplo: leão = Nkosi (Unkosi), Deus = Nzambi (Unzambi), casa = Nzo (Unzo).
 
Desde a captura dos negros em sua terra natal até o transporte para o novo continente (Brasil), os negros Bantu já eram submetidos a condições sub humanas, dentro dos porões dos navios, sendo tratados como se fossem animais selvagens e muitos deles já padeciam antes mesmo de chegarem ao seu destino (Brasil).
 
Ao chegarem no Brasil, principalmente no nordeste e com maior volume na Bahia, sua situação não era nada diferente, pois era o início da escravidão no Brasil e os negros trabalhavam à base de chibatadas e de grilhões, não tinham tempo para fazer nada, como praticar sua crença ou qualquer outra atividade sem ser o trabalho escravo.
 
Além desse tratamento animalesco, os negros Bantu também eram obrigados à adorar os Santos de seus senhores, ou seja, os Santos Católicos, sendo assim suas próprias crenças, culturas e tradições foram deixadas de lado.
 
Dois séculos depois da chegada dos negros Bantu, chegaram ao Brasil os negros Nagô, oriundos principalmente de Benin, hoje Nigéria.
Trouxeram com eles seus costumes, seus cultos, suas tradições, seus Orixás (Orisá) e seu idioma, o Yorubá.........
 
Por terem chegado em uma época que a escravidão já se encontrava em uma situação mais amena, pois já existiam grupos de pessoas brancas lutando pelo fim da escravatura, até os senhores de engenho já usavam escravos dentro da casa grande para fazerem serviços mais leves, como limpar a casa, cozinhar, servirem seus donos como uma espécie de garçom e usavam as negras para alimentar seus próprios filhos com o leite materno.
 
Os negros de origem Nagô sobressaíram aos negros Bantu com sua cultura, tradição e religião, pois os negros de origem Bantu já estavam em sua terceira geração aqui no Brasil e já estavam “desafricanizados” por seus senhores e muitos deles que haviam nascidos aqui, já se diziam “católicos”, ficando ao esquecimento sua própria tradição, cultura e religião.
 
Já os Nagôs que chegaram bem depois numa situação mais favorável a eles, conseguiram manter suas raízes mais fortes e puras.
Esses fatos foram de suma importância para os negros Nagô Yorubá, pois fizeram com que suas tradições religiosas se sobressaíssem sobre as dos Bantu.
 
No final do século XIX e começo do século XX, foram fundadas em Salvador – BA, as primeiras casas de culto religioso africano no Brasil, tanto de tradição Nagô/Ketu como de tradição Bantu (Ngola e Kongo).
Os templos Nagô Yorubá, tiveram muito mais destaque que os de cultura Bantu, pois muito da cultura e tradição Ngola e Kongo, já haviam se perdido com o tempo, fazendo com que alguns dos antigos sacerdotes de cultura Bantu, fizessem uso de situações da tradição Yorubá em suas casas, assim sendo, algumas misturas dos cultos religiosos acabaram acontecendo, principalmente em questões relacionadas as línguas.
 
Fazendo com que agumas casas de tradição Bantu, implantassem em seus cultos religiosos questões de outros povos (Nagô) e esses fatos, se refletem até nos dias atuais, pois vemos casas (raizes) que ainda fazem o uso da língua Yorubá em seus fundamentos e no cotidiano de suas casas e também louvam e cultuam Orisá, que são Divindades que não pertencem a tradição e cultura religiosa dos povos de origem Bantu. 
 
Jami jipange ni makamba ia njimu ni kuxikana!!
(Meus irmãos e amigos de culto e crença!!)
 
 
A nossa Mbutu (Nação) é plena, tanto Angola quanto a Kongo Angola em tradições, culturas, Divindades, vestimentas, comidas, línguas, rezas, cantigas e etc....
 
Não precisamos de nada que não venha de nossa própria tradição, como também as outras nações não precisam de nada que não venham delas mesmas.
 
Anga kifa kyetu mwenyu w’etu!
(E nossa cultura é nossa alma!)
 
Sukula mbutu Ngola ni Kongo!
(Avante nação Angola e Congo!)

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